segunda-feira, 15 de março de 2010

DENGUE UM PROBLEMA DE SAUDE PUBLICA





DENGUE » O que todos devem saber
1. O que é?
É uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma benigna ou grave. Isso vai depender de diversos fatores, entre eles: o vírus e a cepa envolvidos, infecção anterior pelo vírus da dengue e fatores individuais como doenças crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia falciforme).
Qual o microrganismo envolvido?
É um vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivirus, pertencente à família Flaviviridae. São conhecidos quatro sorotipos:1, 2, 3 e 4.
2. Quais os sintomas
O doente pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar um sinal de alarme para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.
É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.
3. Como se transmite?
A doença é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Não há transmissão pelo contato direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de fontes de água ou alimento.
4. Como tratar?
Deve-se ingerir muito líquido como: água, sucos, chás, soros caseiros, etc. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias. Os sintomas podem ser tratados com dipirona ou paracetamol.
5. Como se prevenir?
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.

DENGUE INFORMAÇÕES PARA VIAJANTES

• A dengue é uma doença cujo período de maior transmissão coincide com o verão. Isto devido aos fatores climáticos favoráveis a proliferação de seu vetor, o Aedes aegypti.
• Para quem vai viajar e deixar a casa fechada, lembre-se de não deixar nenhuma oportunidade para o vetor proliferar, por exemplo, removendo água dos vasos de planta, deixando a caixa d´água tampada, retirando a água de grandes reservatórios, como as piscinas e removendo do ambiente todo material que possa acumular água (garrafas pet, latas, pneus).
• Em caso de viagens para áreas de risco da dengue, é importante hospedar-se em locais que disponham de ar-condicionado ou telas de proteção nas portas e janelas, além de mosquiteiros. Recomenda-se também a adoção de medidas de proteção individual para reduzir o risco de infecção tais como: o uso de calças compridas, meias e sapatos fechados.
• Durante a viagem é preciso estar atento ao surgimento de alguns dos sintomas da doença. Caso ocorra, deve-se procurar orientação médica. O doente com dengue pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar um sinal de alarme para dengue hemorrágica.
• Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal. É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença

DENGUE INFORMAÇÕES TÉCNICAS
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=31125
1. Características gerais
Agente etiológico
É um vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae. São conhecidos quatro sorotipos: DENV 1, DENV 2, DENV 3 e DENV
Reservatório
A fonte da infecção e reservatório vertebrado é o ser humano. Foi descrito, na Ásia e na África, um ciclo selvagem envolvendo macacos.
Vetores
São mosquitos do gênero Aedes. A espécie Aedes aegypti é a mais importante na transmissão da doença e também pode ser transmissora da febre amarela urbana. O Aedes albopictus, já presente nas Américas, com ampla dispersão em todas as regiões do Brasil, é o vetor de manutenção da dengue na Ásia, mas, até o momento, não foi associado à transmissão da dengue nas Américas.

2. Aspectos clínicos e laboratoriais
Manifestações clínicas
A infecção por dengue causa uma doença cujo espectro inclui desde formas oligo ou assintomáticasaté quadros com hemorragia e choque, podendo evoluir para o óbito.
Dengue clássico (DC) –
A primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, seguida de cefaleia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo. Hepatomegalia dolorosa pode ocorrer, ocasionalmente, desde o aparecimento da febre. Alguns aspectos clínicos dependem da idade do paciente. Desse modo, dor abdominal generalizada tem sido observada, mais frequentemente entre crianças, e manifestações hemorrágicas, como petéquias, epistaxe, gengivorragia, e metrorragia, têm sido relatadas mais frequentemente entre adultos, ao fim do período febril. A doença tem duração de 5 a 7 dias, mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.
Febre hemorrágica da dengue (FHD) –
Os sintomas iniciais são semelhantes aos do DC, porém há um agravamento do quadro, geralmente entre o 3º ou 4º dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório. A fragilidade capilar é evidenciada pela positividade da prova do laço. Outras manifestações hemorrágicas incluem petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia, hemorragia em diversos órgãos (gastrintestinal, intracraniana, e hemorragia espontânea pelos locais de punção venosa. Nos casos graves de FHD, o choque geralmente ocorre entre o 3º e 7º dias de doença, geralmente precedido por dor abdominal. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de extravasamento plasmático (evidenciado por hemoconcentração, derrames cavitários e hipoalbuminemia) e falência circulatória. É de curta duração e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada. Caracteriza-se por pulso rápido e fraco, com diminuição da pressão de pulso e arterial, extremidades frias, pele pegajosa e agitação. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.
A prova do laço, que não pode ser realizada com garrote ou torniquete, consiste em se obter, por meio do esfignomanômetro, o ponto médio entre a pressão arterial máxima e mínima do paciente, mantendo-se essa pressão por 5 minutos (no adulto) e 3 minutos (na criança); quando positiva, aparecem petéquias sob o aparelho ou abaixo do mesmo. Se o número de petéquias for de 20 ou mais (em adultos) e 10 ou mais (em crianças), em um quadrado com 2,5cm de lado, a prova é considerada positiva.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a definição de FHD é baseada em critérios clínicos e laboratoriais. Após o preenchimento desses critérios, os casos devem ser classificados quanto à gravidade de acordo com as categorias abaixo
• Grau I – preenche todos os critérios de FHD, sendo que a única manifestação hemorrágica é a prova do laço positiva;
• Grau II – preenche todos os critérios de FHD, com presença de manifestações hemorrágicas espontâneas (sangramentos de pele, petéquias, epistaxe, gengivorragia e outros);
• Grau III – preenche todos os critérios de FHD e apresenta colapso circulatório com pulso fraco e rápido, diminuição da pressão arterial ou hipotensão, pele pegajosa e fria e inquietação;
• Grau IV – preenche todos os critérios de FHD e apresenta choque profundo, com pressão arterial e pulso imperceptíveis.
Os graus III e IV também são chamados síndrome do choque da dengue (SCD).
Diagnóstico diferencial
Dengue clássico (DC) – a dengue tem um amplo espectro clínico, mas as principais doenças a serem consideradas no diagnóstico diferencial são: gripe, rubéola, sarampo e outras infecções virais, bacterianas e exantemáticas. Além das doenças citadas, outros agravos devem ser considerados de acordo com a situação epidemiológica da região.
Febre hemorrágica da dengue (FHD) – no início da fase febril, o diagnóstico diferencial deve ser feito com outras infecções virais e bacterianas e, a partir do 3º ou 4º dia, com choque endotóxico decorrente de infecção bacteriana ou meningococcemia. Outras doenças com as quais deve-se fazer o diagnóstico diferencial são: leptospirose, febre amarela, malária, hepatite infecciosa, influenza, bem como outras febres hemorrágicas transmitidas por mosquitos ou carrapatos.
Diagnóstico laboratorial
Exames específicos – pesquisa de anticorpos IgM por testes sorológicos (ELISA); pesquisa de vírus (tentativa de isolamento viral); pesquisa de genoma do vírus dengue (RT-PCR); pesquisa de antígeno NS1; ou ainda estudo anatomopatológico seguido de pesquisa de antígenos virais por imunohistoquímica.
Exames inespecíficos – hematócrito, contagem de plaquetas e dosagem de albumina são os mais importantes para o diagnóstico e acompanhamento dos pacientes com dengue, especialmente os que apresentarem sinais de alarme, sangramento, e para pacientes em situações especiais, como criança, gestante, idoso (>65 anos), portadores de hipertensão arterial, diabetes melitus, asma brônquica,
alergias, doença hematológica ou renal crônicas, doença severa do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença auto-imune.
Tratamento
O tratamento baseia-se principalmente em hidratação adequada, levando em consideração o estadiamento (Grupo A, B, C e D) da doença, segundo os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, para decidir condutas, bem como o reconhecimento precoce dos sinais de alarme. É importante reconhecer precocemente os sinais de extravasamento plasmático para correção rápida com infusão de fluidos. Quanto ao tipo de unidade de saúde para o atendimento dos pacientes de dengue, deve-se levar em consideração o estadiamento da doença, seguindo as indicações a seguir:
• tratamento ambulatorial para os pacientes que se consultam durante as primeiras 48 horas e que NÃO apresentam sangramento e NEM sinal de alarme. Esses pacientes pertencem ao Grupo A;
• tratamento em unidade de saúde com leitos de observação para os pacientes que apresentam algum tipo de sangramento (espontâneo ou induzido). Esses pertencem ao Grupo B;
• tratamento em unidade hospitalar com leitos de internação para os pacientes que apresentam SINAIS DE ALARME. Esses pertencem ao Grupo C;
• tratamento em unidade hospitalar com leitos de UTI para pacientes que apresentem SINAIS DE CHOQUE. Esses pertencem ao Grupo D.
Deve-se manter avaliação clínica contínua de todos os pacientes hospitalizados, registrando sinais vitais, diurese, controle hídrico, assim como os SINAIS DE ALARME. Essa classificação determina as decisões clínicas, de laboratórios, de hospitalização e terapêutica, pois o paciente pode, durante a evolução da doença, passar de um grupo a outro, em curto tempo.
3. Aspectos epidemiológicos
Tem sido observado um padrão sazonal de incidência coincidente com o verão, devido à maior ocorrência de chuvas e ao aumento da temperatura nessa estação. É mais comum nos núcleos urbanos, onde é maior a quantidade de criadouros naturais ou resultantes da ação do ser humano. Entretanto, a doença pode ocorrer em qualquer localidade, desde que exista população humana suscetível, presença do vetor e o vírus seja introduzido.
Nas Américas – a dengue tem sido relatada nas Américas há mais de 200 anos. Na década de 50, a FHD foi descrita, pela primeira vez, nas Filipinas e Tailândia. Após a década de 60, a circulação do vírus da dengue intensificou-se nas Américas. A partir de 1963, houve circulação comprovada dos sorotipos 2 e 3, em vários países. Em 1977, o sorotipo 1 foi introduzido nas Américas, inicialmente pela Jamaica. A partir de 1980, foram notificadas epidemias em vários países, aumentando consideravelmente a magnitude do problema. Cabe citar: Brasil (1982/1986/2002/2008), Bolívia (1987), Paraguai (1988), Equador (1988), Peru (1990) e Cuba (1977/1981). A FHD que afetou Cuba, em 1981, é considerada como evento de extrema importância na história da dengue nas Américas. Essa epidemia foi causada pelo sorotipo 2, tendo sido o primeiro relato de febre hemorrágica da dengue, ocorrido fora do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental. O segundo surto ocorreu na Venezuela, em 1989.
No Brasil – há referências de epidemias desde o século XIX. No século passado, há relatos em 1916, em São Paulo, e em 1923, em Niterói, no Rio de Janeiro, sem diagnóstico laboratorial. A primeira epidemia, documentada clínica e laboratorialmente, ocorreu em 1981-1982, em Boa Vista-RR, causada pelos sorotipos 1 e 4. Em 1986, ocorreram epidemias, atingindo o Rio de Janeiro e algumas capitais da região Nordeste. Desde então, a dengue vem ocorrendo no Brasil de forma continuada, intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a introdução de novos sorotipos em áreas anteriormente indenes ou alteração do sorotipo predominante. Na epidemia de 1986, identificou-se a ocorrência da circulação do sorotipo DENV1, inicialmente no estado do Rio de Janeiro, disseminando-se, a seguir, para outros seis estados até 1990. Nesse ano, foi identificada a circulação de um novo sorotipo, o DENV2, também no estado do Rio de Janeiro. Durante a década de 90, ocorreu um aumento significativo da incidência, reflexo da ampla dispersão do Aedes aegypti no território nacional. A presença do vetor associada à mobilidade da população levou à disseminação dos sorotipos 1 e 2, para 20 dos 27 estados do país. Entre os anos de 1990 e 2000, várias epidemias foram registradas, sobretudo nos grandes centros urbanos das regiões Sudeste e Nordeste, responsáveis pela maior parte dos casos notificados. As regiões Centro-oeste e Norte foram acometidas mais tardiamente, pois as epidemias só foram registradas a partir da segunda metade da década de 90.
A circulação do DENV 3 foi identificada, pela primeira vez, em dezembro de 2000, também no estado do Rio de Janeiro e, posteriormente, no estado de Roraima, em novembro de 2001. Em 2002, foi observada a maior incidência da doença, quando foram confirmados cerca de 697.000 casos, refletindo a introdução do sorotipo 3. Essa epidemia levou a uma rápida dispersão do DENV3 para outros estados, sendo que, em 2004, 23 dos 27 estados do país já apresentavam a circulação simultânea dos sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue.
No Brasil, os adultos jovens foram os mais atingidos pela doença desde a introdução do vírus. No entanto, a partir de 2006, alguns estados apresentaram a re-circulação do sorotipo 2, após alguns anos de predomínio do DENV3. Esse cenário levou a um aumento no número de casos, de formas graves e de hospitalizações em crianças, principalmente no Nordeste do país. Em 2008, novas epidemias causadas pelo DENV2 ocorreram em diversos estados do país, marcando o pior cenário da doença no Brasil em relação ao total de internações e de óbitos até, o momento. Essas epidemias foram caracterizadas por um padrão de gravidade em crianças, que representaram mais de 50% dos casos internados nos municípios de maior contingente populacional. Mesmo em municípios com menor população, mais de 25% dos pacientes internados por dengue eram crianças, o que evidencia que todo o país vem sofrendo, de maneira semelhante, essas alterações no perfil da doença.
MANUAL DA DENGUE
http://www.cepis.ops-oms.org/bvsair/e/repindex/repi78/pagina/text/manual/manual.pdf


Resumo
A dengue é hoje uma das principais endemias brasileira, em razão do alto número de pessoas que são acometidas todos os anos em praticamente todo território nacional. O estado de São Paulo convive com essa doença ininterruptamente desde o início da década de 90. É causada por um vírus e transmitida por mosquitos do gênero Aedes, principalmente por Aedes aegypti.
A falta de uma vacina que possibilite a imunização da população exposta, aliada à grande adaptabilidade ao ambiente urbano dos mosquitos vetores, dificultam o controle dessa endemia. O controle é baseado principalmente no combate a focos do mosquito, daí a importância de participação de toda a população, visto que a grande maioria dos focos são encontrados em residências e imóveis comerciais. As atividades de combate à dengue envolvem os três níveis de governo (municipal, estadual e federal), cada qual com suas atribuições e atividades bem definidas. A identificação de pessoas acometidas, além de possibilitar aos gestores acompanhar a distribuição e evolução da doença, permite intensificar as ações de controle em áreas onde está ocorrendo transmissão.

Epidemiologia
Doença febril aguda, de etiologia viral, transmitida por vetores artrópodes. O agente é um arbovírus, pertencente à família Flaviviridae. De curta duração, a doença apresenta evolução benigna na maioria dos casos. Caracteriza-se por um princípio brusco, podendo apresentar as seguintes formas clínicas: Dengue Clássico, Dengue Hemorrágico e Síndrome do Choque do Dengue. Recentemente se tem acrescentado mais uma forma, o dengue clássico com complicações. Atualmente é a mais importante arbovirose que acomete o ser humano, e constitui-se em sério problema de saúde pública no mundo. Com exceção da Europa, ocorre em todos os continentes. Dissemina-se nas áreas tropicais e subtropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e proliferação do mosquito transmissor Aedes aegypti. No estado de São Paulo foi identificada a transmissão em período recente no ano de 1987. A partir de 1990, todos os anos há registro de transmissão, com intensidade variável.















Figura: Incidência anual, número de casos autóctones e de municípios com transmissão de dengue. Estado de São Paulo, 1987 a 2006

Modo de transmissão
O mosquito, ao picar uma pessoa doente, infecta-se com o vírus da dengue, assim permanecendo para o resto de sua vida. Quando vai alimentar-se novamente, de uma pessoa sadia, injeta juntamente com sua saliva, o vírus da doença, completando o ciclo de transmissão.
Período de incubação
No homem, período de incubação é o tempo que decorre desde a picada infectante e o aparecimento de sintomas podendo variar de 3 a 15 dias, sendo, em média, de 5 a 6 dias.
Período de transmissibilidade
O período em que o vírus está presente no sangue,é o período de transmissibilidade, também chamado período de viremia. Este período começa um dia antes do aparecimento dos sintomas e vai até o 6º dia da doença.
Vacina
Atualmente, existem várias pesquisas buscando desenvolver uma vacina eficaz contra o vírus da dengue, sendo considerado uma prioridade pela OMS, devido ao alto investimento na manutenção de estruturas de combate ao vetor Aedes aegypti e pelo sucesso adquirido na produção de vacinas, como o da febre amarela, com excelente capacidade imunizante. No entanto, o desenvolvimento dessa vacina tem frustrado a comunidade científica, devido à necessidade de a vacina ter que imunizar contra os quatro (4) tipos de dengue, com alta eficiência, para evitar o mecanismo fisiopatológico que desencadeia o dengue hemorrágico. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) tem trabalhado no desenvolvimento de pesquisas nessa área e esperam a produção de vacinas daqui a dez anos.
Vetores
São considerados vetores, mosquitos do gênero Aedes, principalmente o Aedes aegypti e Aedes albopictus. Apesar de serem insetos que podem sobreviver alimentando-se de sucos vegetais, as fêmeas necessitam de sangue para a maturação dos ovos. Daí sua importância na cadeia de transmissão da doença, pois ao picar uma pessoa infectada pelo vírus, as fêmeas se contaminam, transmitindo a doença posteriormente a outras pessoas sadias quando vão realizar novo repasto sanguíneo. Devido a seu hábito de colocar seus ovos em recipientes artificiais, adaptaram-se facilmente ao ambiente domiciliar e convívio com o homem.
Agente Etiológico
O agente é um arbovírus, termo que designa organismos que são transmitidos por artrópodes, pertencente à família Flaviviridae, que reúne 68 espécies, das quais cerca de 30 causam doenças ao homem. São conhecidos 4 sorotipos causadores de dengue, classificados como: DEN-1, 2, 3 e 4.
Sintomas
A dengue clássica apresenta-se como doença incapacitante, com início abrupto e febre alta, cefaléia intensa, dor retroorbitária, mialgias, artralgias, astenia e exantema. Também podem ocorrer vômitos e petéquias ou outras formas de hemorragia. A duração da doença é de 5 a 7 dias. A recuperação é, principalmente, em adultos, acompanhada de fadiga prolongada e depressão. A dengue hemorrágica é caracterizada por febre alta, fenômenos hemorrágicos, freqüentemente hepatomegalia e, nos casos severos, falência circulatória caracterizando a síndrome de choque da dengue. Esta forma clínica se inicia com quadro similar ao da dengue clássica, cujas manifestações se mantém durante as primeiras 48 horas de doença, podendo se estender por mais alguns dias. Após o 3º ou 4º dia da doença, há redução da febre e intensificação da dor abdominal e manifestações hemorrágicas.
Profilaxia
Devido a inexistência de vacina e de métodos para combate aos vírus, a forma de evitarmos a proliferação da doença é combatendo o vetor, principalmente evitando locais com acúmulo de água parada, como vasos e pratos para plantas, pneus, latas, garrafas, caixas d’água destampadas, ralos, etc.
Controle
O controle executado no estado de São Paulo (e que basicamente segue as diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde), está baseado na visita sistemática aos imóveis existentes em áreas de características urbanas, para orientação da população, eliminação em conjunto com o responsável pelo imóvel dos recipientes em condições de se tornarem criadouros dos vetores e na aplicação de inseticidas químicos naqueles onde não houver outra forma de atuação. Dependendo da situação da área onde se está trabalhando, pode-se utilizar produtos fornecidos pelo morador e que tenham algum efeito sobre o ciclo de vida do mosquito, como sal, detergente, água sanitária, entre outros.

Vigilância epidemiológica
Objetivos
• Detectar precocemente os casos, visando promover tratamento adequado e oportuno e reduzir a morbidade e, consequentemente, evitar o óbito.
• Detectar precocemente o aumento de ocorrência da doença, para adoção de medidas de controle, evitando que processos epidêmicos se instalem.
• Realizar investigação para identificar a área de transmissão e orientar ações integradas de bloqueio e controle vetorial.
• Acompanhar a curva epidêmica, identificando área de maior ocorrência de casos e grupos mais acometidos, visando controlar a transmissão em curso.
• Realizar investigação de óbitos suspeitos, visando identificar possíveis determinantes.
Definição de caso
Caso suspeito de dengue clássico – paciente que tenha doença febril aguda, com duração máxima de 7 dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: cefaleia, dor retroorbital, mialgia, artralgia, prostração, exantema. Além desses sintomas, deve ter estado, nos últimos 15 dias, em área onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a presença de Aedes aegypti.
Caso suspeito de FHD – é todo caso suspeito de dengue clássico que apresente também manifestações hemorrágicas, variando desde prova do laço positiva até fenômenos mais graves, como hematêmese, melena e outros. A ocorrência de manifestações hemorrágicas, acrescidas de sinais e sintomas de choque cardiovascular (pulso arterial fino e rápido ou ausente, diminuição ou ausência de pressão arterial, pele fria e úmida, agitação), leva à suspeita de síndrome de choque.
Caso confirmado de dengue clássico – é o caso confirmado laboratorialmente. No curso de uma epidemia, a confirmação pode ser feita através de critério clínico-epidemiológico, exceto nos primeiros casos da área, que deverão ter confirmação laboratorial.
Caso confirmado de FHD – é o caso em que todos os critérios abaixo estão presentes:
• febre ou história de febre recente, com duração de 7 dias ou menos;
• trombocitopenia (≤100.000/mm3);
• manifestações hemorrágicas evidenciadas por um ou mais dos seguintes sinais:
• prova do laço positiva, petéquias, equimoses ou púrpuras, sangramentos de mucosas, do trato gastrointestinal e outros;
• extravasamento de plasma, devido ao aumento de permeabilidade capilar, manifestado por:
• hematócrito apresentando um aumento de 20% do valor basal (valor do hematócrito anterior à doença) ou valores superiores a: 45% em crianças, a 48% em mulheres e a 54% em homens; ou,
• queda do hematócrito em 20%, após o tratamento; ou,
• presença de derrame pleural e/ou pericárdico, ascite e hipoproteinemia;
• confirmação laboratorial específica (sorologia ou isolamento).

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